quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Mãe Maluca, Sapato Furado

   Todo ser possui ou já possuiu uma mãe. É verdade que mãe é tudo igual, só muda de endereço. Existem as mães superprotetoras, as desligadas, as calmas, as nervosas... Algumas pessoas têm duas mães, outras já não possuem mãe nenhuma... Mãe pode ser a avó, pode ser a tia, pode ser a irmã ou até a vizinha. Mãe é aquela que da amor incondicional, que pensa na sua cria com afeição e a protege com todos os seus instintos.

   Me arrisco a dizer que a minha mãe é diferente... Não sei se é diferente de todas as outras, acho que alguém nesse mundo deve ter uma parecida com a minha. Sei que ela é diferente desse esteriótipo de "mamãezinha mimimi".

   Minha mãe nunca ouviu nenhuma fofoca minha criticando meus amiguinhos de escola. Para ela, sempre eu era o errado. Minha mãe nunca se meteu nas brigas que eu participei, para ela os meus problemas deveriam ser resolvidos por mim. Minha mãe também nunca foi contra as minhas decisões e nem a favor. Minhas decisões são as minhas decisões, e não as dela. De fato isso pode parecer ruim para uma criança, ou para um adolescente que diz não querer cuidados, mas no fundo, é só disso que ele precisa.

   A grande questão é que mãe não da pra mudar. A mulher já cresceu, já se formou como pessoa, já realizou grande parte de seus planos e sonhos e dedica seu tempo para concluir os que ficaram pelo caminho. Logo, eu é que tinha que me acostumar com aquela mãe que aleatoriamente eu escolhi quando ainda era um projeto de ser humano.

   Com o tempo, fui vendo outros pontos positivos que a minha mãe tinha - aconselho todas as pessoas que têm problemas com mães a fazerem o mesmo. A sociedade dita todos os padrões que devem ser seguidos por nós, meros mortais. O papel de mãe é apenas mais um perfil traçado por essa tal sociedade conservadora e ignorante. Para eles, mãe deve colocar o seu filho acima de todas as coisas, deve fazer qualquer coisa para proteger a sua cria. Mãe pode matar, mãe pode julgar, pode abençoar, pode gritar... Tudo a favor do seu filhinho. Ora ora, mãe pelo que eu sei bem é um ser humano como todos os outros, sendo assim, ela possui desejos próprios e um filho pode não ser a sua prioridade. Que pecado há nisso?

   Não duvido do amor que minha mãe tem por mim, sei que ele é incondicional. Mas nunca fui um bibelô para a minha mãe, fui um filho (o segundo de três deles). Apenas. Hoje estou com meus 20 anos, tenho meus próprios sonhos, sigo a minha vida e as vezes nem lembro da minha mãe. Hoje então eu penso: Que bom que a minha mãe não foi uma mãe como as outras! Que bom que a minha mãe lutou pela sua vida e não pela minha! Que bom, Que bom! Se ela não tivesse feito isso, talvez hoje eu teria um enorme peso na consciência por não retribuir tanto amor de mãe coruja.

   Minha mãe me deixou preparado para saber o que é certo e o que é errado, minha mãe me fez enxergar o mundo do jeito que ele realmente é, sem padrões, sem preconceito. Todo o amor que eu devolvo a ela hoje, é mais do que merecido. E não se arrependa das brigas, todo filho briga com a sua mãe, toda mãe briga com o seu filho. Ódio? Sim, ódio também está relacionado com as mães, mãe não é a virgem maria, não é santa e possui defeitos. Defeitos esses que devemos sim, por obrigação odiar!

   Odeio a minha mãe, odeio como ela é obcecada por limpeza, odeio o nervosismo diário dela, odeio quando ela senta para ver novela e não escuta os meus problemas, odeio todos os namorados que ela arruma, odeio quando ela resolve ficar moderninha e corta o cabelo de um jeito não convencional, odeio quando ela não se preocupa com a comida e todos nós morremos de fome... Enfim, odeio minha mãe pela metade. À outra metade eu reservo o amor, amo como ela se preocupa comigo quando estou doente, amo quando ela se lembra de momentos importantes que passamos juntos, amo quando ela diz "eu te amo" sem motivo, amo me sentir protegido na casa dela, amo quando ela faz loucuras por mim ou pelos meus irmãos (como comprar um presente muito caro ou aparecer com uma cachorra surdinha em casa...).

   Amo e odeio a minha mãe... Aquele ser humano como todos os outros... Sem beatificação, sem auréola. E sobre o sapato furado... Eu acabei de descobrir um furo enorme no meu sapato, que até me motivou a escrever esse texto. Todo jovem pensa primeiramente em sua mãe para consertar tal estrago, de fato, também pensei na minha. Mas logo me veio a cabeça como ela é preguiçosa quando o assunto é consertar algo... Fazer o que né? Ela é assim.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

To numa de flores, to numa de amores

   Tanto procurei por esses tempos alguém do meu agrado... Admito que sou bem chato em relação a escolha das pessoas as quais deixarei entrar na minha vida. A maioria delas entra superficialmente, mas apenas algumas vão a fundo de verdade. Quando isso acontece, lá eles ficam pra sempre e até criam raízes.

   Hoje me sinto bem comigo mesmo, não procuro alguém para grudar. Não tento mais achar uma pessoa para aquietar esse coração. Mesmo assim, ainda vivo só de amores, nunca deixarei de amar!!!

   Aliás, to bem numa de amores. Amo cada gesto, cada palavra, cada olhar, cada conversa. Amo a pele, amo o superficial, amo dos pés a alma. Amar as pessoas é algo bonito de se fazer, é gostoso saber que ainda se pode amar.




   Experimente esperar raiar o dia, esperar o sol aparecer e mande essa chuva embora. Quando os passarinhos estiverem cantando, vá até a rua e entre nesse lance de amar.

   Olhe para as flores, preste atenção em como elas balançam ao vento. Olhe para as pessoas, preste atenção em como elas se comportam. Siga andando, mesmo que ninguém perceba. Siga amando e não deixe de amar nem por um segundo.

   Ame as flores e as pessoas. E ame o mundo principalmente, porque esse é o primeiro passo pra ele girar mais ensolarado.

sábado, 26 de novembro de 2011

Amor e Ódio a Glauber Rocha!

Cinema sempre foi a minha paixão e esse sentimento me levou a procurar um curso no início de 2010.

O que era para ser apenas uma brincadeira, acabou me trazendo responsabilidade. Hoje estou rumo ao quinto período de uma das melhores faculdades cariocas sobre o assunto. E o que era paixão, hoje é trabalho, estudo e coisa séria. Desenvolvi um olhar crítico e comecei a admirar outros fatores encontrados naquela tela gigante que chama a atenção de tantas pessoas e que antes, passavam desapercebidos pelos meus olhos.

Antigamente, enquanto todos odiavam o cinema brasileiro, eu era apaixonado por ele. Principalmente pelo incrível Guel Arraes, que para mim é um dos melhores diretores brasileiros da atualidade. Admito que não sabia quem era Glauber Rocha. "Nossa! Como pode um aluno de cinema não conhecer Glauber Rocha?" Era o que as pessoas pensavam e era o que eu dizia... Por vergonha e por curiosidade, fui motivado a assistir os seus filmes, a ler suas histórias, a conhecer a sua vida e aos poucos fui entendendo o que se passava em sua cabeça tão cheia de ideias e opiniões.

Domingo passado então, resolvi comprar o mais novo livro sobre Glauber, "A Primavera do Dragão - A Juventude de Glauber Rocha" de Nelson Motta e despretensiosamente fui comendo aquelas folhas tão cheias de histórias semelhantes àquelas que vivo atualmente.

O livro retrata a juventude desse homem tão envolvente e tão admirado pelos amantes de cinema. Fui aos poucos me vendo no livro, não como Glauber Rocha, e nem como seus amigos (como Bananeira, Joca, Calá e todos os integrantes das famosas Jogralescas), e sim como mais um jovem apaixonado por filmes que tanto tem idéias na cabeça, mas por vezes, falta a câmera na mão.

A questão é que hoje terminei o livro como num passe de mágicas e estou insaciável, querendo mais e mais. Estou amando Glauber Rocha e toda a sua história. Porém, antes de ler, meu conhecimento sobre essa fantástica pessoa era limitado aos seus filmes.

Sempre respeitei e admirei o seu trabalho, principalmente o mais ousado e polêmico deles - o documentário Di-Glauber, que Glauber fez em forma de homenagem ao seu amigo Di-Cavalcanti, que havia morrido.



Eu pensava (e talvez ainda pense) que mesmo tendo revolucionado toda uma indústria, baseando-se na Nouvelle Vague e nos filmes italianos, Glauber tinha feito o povo brasileiro ter uma imagem errada sobre o que é cinema. Depois de ter mudado e influenciado tantas pessoas, era difícil vermos uma sala lotada exibindo filmes brasileiros a 6/7 anos atrás, no mínimo. (Lógico que com algumas excelentes exceções como Carandiru ou Cidade de Deus.)

O fato é que Glauber Rocha trouxe o cinema novo e fez com que o povo brasileiro engolisse muita informação de uma só vez, e obviamente isso não deu certo. O que eu estou tentando dizer é que tudo foi genial, mas na visão de amantes do cinema. Para o grande público, tudo aquilo era confuso, apenas.

O cinema novo, o cinema de arte, o cinema francês... Tudo isso têm sem dúvida o meu amor e o meu afeto, mas precisamos também pensar que não é nenhum pecado querer ter um grande sucesso de bilheteria em seu currículo, afinal, amantes de cinema também precisam pagar suas contas.

Com a minha visão atual, estou aprendendo que podemos fazer tudo. Hoje, me pego completamente influenciado pela visão de Glauber. Estou vivendo a minha juventude plena e nesse momento me arrisco a encher meus filmes de arte.

Por fim, hoje sei quem é esse FANTÁSTICO homem que tanto fez pelos estudantes de cinema, que até hoje assistem aos seus filmes com os olhos fascinados e brilhantes, grudados na tela do começo ao fim. E por isso o admiro tanto.

Quem é que nunca sentiu amor e ódio por essa figura brasileira que tentou de todas as formas mudar o Mundo? Ame ou odeie Glauber Rocha, o fato é que suas obras ficarão para sempre em nossa cultura.

É de amor que eu to falando

Talvez já não lhe agrade mais esse amor
Se for esse o problema, peço para que me diga por favor
Até posso tentar mudar, mas não quero mais esse ardor

Então vá e não olhe para trás
Ficarei sozinho com a minha paz
Vá e não volte mais
Siga teu caminho meu rapaz

E só pra constar
Não vou ter outro alguém
Não vou ter mais ninguém
Eu vou é pra Belém

Talvez eu já não queira mais o teu amor
Se esse é o problema, vá embora depressa, por favor
Não tentarei mudar nada, nem ao menos essa dor

domingo, 20 de novembro de 2011

Trepando em Árvores

   Ando cansado de tanta cobrança, de ter que mostrar a que vim... Penso que uma pessoa pode muito bem, não querer nada, não querer ser ou se tornar nada. Esse não é o meu caso, meu problema está totalmente na minha preguiça, preguiça de sair da casca - admito.

   Ando cansado de tanta gente querendo ser boa em alguma coisa e com isso, se tornam más uma com as outras... Prefiro ser bom comigo mesmo e com as pessoas de que gosto de verdade.

   Os melhores dias do ano, para mim, foram os mais simples. Aqueles dias em que saía com a minha irmã e com a minha amiga Flávia, na companhia de sua cachorra, a Nina.

   Seguíamos andando pelas ruas do meu bairro, já a noite. Sentindo a brisa fria e refrescante, fumando alguns cigarros disso e daquilo e conversando. Conversávamos sobre tudo, sobre o Mundo, sobre o nosso umbigo, sobre as pessoas. E com essas conversas tão despretensiosas eu aprendi - e muito - que poucos minutos podem sim, ser inesquecíveis.

   Mas acabando com esse saudosismo todo, digo que cansei é dos problemas, como todo e qualquer mortal vivo nesse mundo.

   Hoje viver, para mim, é sinônimo de felicidade, como diziam aqueles velhos sambas. Vivo para as coisas boas, vivo para trepar em árvores e em donzelas. Vivo para amar a vida e para amar as donzelas. Vivo para me despedir de todos e também das minhas queridas donzelas.

   Viver é apenas viver, hoje começo a descomplicar essa palavra tão... cheia de vida.

sábado, 19 de novembro de 2011

Repetindo, Mudando, Repetindo

   A repetição me faz cair na rotina. Escrever sobre as mesmas emoções e os mesmos sentimentos pode ser mais monótono do que você consegue pensar. Mas eu vivo essa constante fase de desprendimento, talvez por isso, tudo que eu escrevo tem um sabor azedo de despedida.

   E assim se vai, e assim me vou. Mudando e desmudando tudo o que foi construído. Para isso, mais um poema, com os mesmos temas, com as mesmas rimas, com o mesmo intuito.

   E caso perceba um clima de repetição, saiba que não é mera coincidência, é que realmente eu cai na rotina e ela sempre foi o meu maior pesadelo. Mas ora ora, por que temer essa maldita rotina? Repetir pode ser bom e bem ou mal todos os sentimentos são repetidos.

   Hoje é amor, amanhã é ódio, depois amizade... Aí vem amor e ódio, harmonia, amizade colorida, raiva, saudade, mais um pouco de amor, saudade de um amor, paixão daquelas bem calorosas e mais do mesmo amor. Tudo se repete, tudo cai na rotina. O lance é fazer com que a sua rotina seja fugir da rotina.



Sem Cor, Sem Sal, Sem Amor


Minha cor vai embora
E com ela todo o sol que eu peguei
Já que tudo se vai
Leva logo o amor que eu te dei
Não quero mais nada
Nem mesmo aqueles sonhos que sonhei

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Vou Só

A gente vai andando devagarinho
Não importa se chover, a gente ta juntinho
E se eu me perder, vou bem também sozinho

Por um momento me deu uma vontade de correr
Mas te deixar pra trás ia me fazer sofrer
Resolvi ficar, por medo de te perder
E agora sou eu, quem só, vai morrer

Mas uma maré boa ta vindo em minha direção
E se você me expulsar do seu coração
Arrumo outra pra segurar na minha mão

Eu imploro, pra que fique
Mas se não quiser... Darei de ombros
O que você quer, é que eu suplique
Mas me perdi no meio dos meus próprios escombros

Agora me deixe
Que vou só

Vontade Dá e Passa

   Fazer aniversário no final do ano é bem complicado. Isso porque o sentimento de amadurecimento se junta a uma nostalgia inexplicável e ao fato de mais um ano ter passado, e essa mistura mexe bastante com a minha cabeça.
   Nesse ano especialmente, ando tendo momentos onde fico bem pensativo... Penso se o caminho que eu escolhi foi realmente o caminho certo, se os amigos que escolhi foram realmente os amigos certos, se as coisas que eu vivi eram realmente para ser vividas.
   O que me consola é saber que vivi todos os momentos intensamente, e tudo que passei, me fez crescer como pessoa sem dúvida. Hoje, já não sinto mais vontade de fazer o que fazia e fiz durante 2 anos ininterruptos.
   As pessoas que me acompanhavam durante esses últimos finais de semana, hoje já não me agradam mais... E isso me deixa bem pra baixo. Me afastei delas, sendo que em um certo momento jurei amá-las eternamente. Ainda assim, prefiro pensar que esse afastamento se deve ao meu amadurecimento.- talvez seja apenas um otimismo excessivo - O que importa é que o final de semana se torna muito mais prazeroso na companhia de amizades verdadeiras, com uma boa música e conversas interessantes, que nos fazem refletir sobre diversos assuntos. Aquela coisa bem familiar, sabe?
   As festas e as bebidas já não fazem mais sentido nenhum. Talvez elas tenham sido apenas o vestígio de uma infância e adolescência tardia... Que como minha vó costuma dizer "dá e passa". Pois é, passou, ficou pra trás. Agora sinto a necessidade de um emprego, de responsabilidade, de crescer e ser.
   O que me confunde é o hoje ser amanhã, e o amanhã ainda ser o hoje.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Amoroma

Tanto falam sobre o amor
Dizem que é difícil e que te faz sofrer...
Também já ouvi falar que te faz sentir calor
Mas isso, eu já não sei dizer...

Tanto escrevem sobre o amor
Tudo o que eu li me fez querer chorar...
Pra que amar se vai sentir dor?
O melhor verbo é o amar

Pra que tudo tem que ter um lado ruim?
Só amar já não ta bom?
Vai colocar flor nesse teu jardim
Ser sempre triste não é um dom

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

1.1.1.1.1.1

1 pouco de 1
1 pouco mais de 1
Quanto 1 em 1 dia tão normal
Que começa com 1 e termina com 1 outro 1
É tanto 1 que até acho exagero
Estão dizendo que 1 acontecimento irá mudar vidas
1 pouco batido
Já que 1 outro dia já haviam falado isso
Resta saber se esse 1 é apenas mais 1 número
Ou se o número é apenas mais 1 1

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Como Pode Não Gostar de Amora ?

É doente da cabeça quem não gosta de amora
Aquela doçura, aquela cor... ora ora
Como pode não gostar de amora?

Não sei aonde dá
Não sei com quem comprar
Só sei elogiar
Aquela tal amora

É maluco, só pode ser
Não gostar de amora é enlouquecer...
Amora é doce, se é que pode dizer
Que uma fruta, tanto tem a oferecer.

Amora é amor
Amor é amora
Amora é sabor
Amor é demora

Só sei que eu gosto de amora
E nada mais tenho a dizer
Gosto tanto, que tenho pena de comer

Amorinha, aaah amorinha, se soubesse como gosto de você...

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Nariz-Camelo

 Tanto falo sobre o que sou, sobre o que gosto e sobre o que penso. E se é que alguma pessoa lê as coisas que escrevo, fico pensando: Como será que ela me imagina? Colocar uma foto ou um vídeo seria muito fácil, mas ao mesmo tempo tão superficial...

 Queria me apresentar a vocês da maneira como me vejo, como me enxergo nesse momento e foi isso que saiu: Um menino de nariz torto, quase um nariz-camelo, de ombros largos e curvados, cabelo encaracolado, olhos caídos e boca sorridente.

 Ficou simples e pessoal, mesmo que ainda assim não seja uma imagem concreta, garanto que ela tentou ser bem fiel a "verdadeira". E é bem isso ai.

Prazer, João.

Antigos Sambinhas

Hoje o dia foi bem propício pra ouvir alguns sambinhas de discos aqui de casa, passei boa parte da minha tarde procurando coisa boa pra matar o tempo. Vasculhando alguns álbuns que integram o acervo do meu avô, achei um samba daqueles calminhos e bom de ouvir, do incrível Chico Buarque.

É engraçado como um samba tem o poder de levantar o nosso humor e melhorar em cem porcento o nosso dia. Ainda mais se tratando da voz do Chico, que tanto sabe como fazer isso de um jeito que ninguém mais consegue.

Então, me peguei ouvindo o disco durante horas - cheguei até a tirar um cochilo - principalmente a música "Meu Caro Amigo" que com certeza já entrou na minha playlist de dias como o de hoje, ensolarados e felizes, é maravilhosa e da aquela vontade na gente de cantar enquanto faz de tudo um pouco.

Cada dia mais a música brasileira faz parte do meu cotidiano. Acho que deveríamos dar mais valor ao que é nosso por direito, afinal, aqui tem muita coisa boa que merece uma atenção especial. E se nós, brasileiros, não prestarmos atenção ao que foi e ainda é feito aqui, quem é que vai?

Andar com bolsinha da bandeira da Inglaterra, admirar o jazz americano e tantas outras coisas pode até parecer bem cool. Mas temos que nos abrasileirar, temos que amar o nosso país e os nossos sambinhas. Eles nos representam de verdade, e esse que é o barato.

Sambinha brasileiro é a melhor coisa do mundo, se eu pudesse, me vestia dele da cabeça aos pés.

Tudo Azul

A cor do meu coração é azul
Azul da cor do mar
Minha bússola só aponta pro sul
Onde meu barco está a me levar

Meu coração é azul, mas é bom
Acelerado ele ainda faz um pouquinho mais de som

Sobre o meu barco, ele é bem pequeno
Mas ao mesmo tempo, aqui o amor é pleno

A cor do meu coração é azul
E isso não é nem um pouco ruim
A minha bússola ainda está apontando para o sul
E o meu mar, ele não tem fim

domingo, 6 de novembro de 2011

Último Pedido

Alguns momentos já passaram, outros ainda poderíamos ter.
Alguns palavrões já dissemos, outros ainda poderíamos dizer.
Alguns abraços já ganhei, mas tantos outros ainda gostaria de receber.
Se for partir, por favor, me leve com você.

Mas quer tanto ir e me deixar
Você quer fugir e eu quero chorar
Assim é difícil continuar

Tenho medo de não conseguir
De me perder não tendo você por aqui.
Tenho tanto medo que até chego a tremer
De saudade de nós, e principalmente de você.

Se algum pedido ainda posso lhe fazer
É aquele bem clichê...
Pra você nunca mais me esquecer.

...

É engraçado como a diferença entre o modo que nos enxergamos e o modo como o mundo nos enxerga é bem diferente. Uma vez, um amigo me disse que não gostava de espelho. Que tinha aflição em pensar que talvez, ele visse coisas que ninguém mais conseguiria enxergar. Achei aquilo um tanto quanto estranho e não parei pra pensar como a teoria dele pode fazer sentido.

Não que eu possa ter um nariz diferente do que vejo, a diferença não está na aparência e sim no que mostramos pr'o mundo. Uma pessoa pode dizer que é tímida, mas ao mesmo tempo ser tão extrovertida para os amigos. Ou um menino pode dizer que é tão sábio, mas no fundo, é bem hipócrita. Não sei o que pensar sobre esse assunto...

Só sei que devemos acreditar naquilo que vemos em nosso reflexo, porque se não acreditarmos em nós mesmos, quem é que vai? Eu, por exemplo, coloquei reticências como o título do post, por achá-lo tão desnecessário, tão confuso... Mesmo assim quis publicar porque é um pensamento, e qualquer pensamento vale nesse mundo desde que nos faça entender melhor alguma questão embaralhada na nossa cabeça.

Solitário

A solidão nunca foi problema. Desde pequeno me deitava sobre o tapete que ficava na sala da minha vó, e brincava com todos os meus brinquedos, munido de muita imaginação. Com o tempo, fui crescendo, e larguei o tapete pela sala de aula, pela minha mesa... aonde eu tanto desenhava enquanto todos os outros alunos conversavam e interagiam entre si.

Desses momentos me lembro bastante, e sempre que preciso retornar as minhas origens, é nessa parte da minha vida que penso. Sozinhos somos nós mesmos, fazemos coisas que os outros não sabem, colocamos em prática todos os nossos desejos.

E agora que me pego escrevendo nesse blog, sem nenhum leitor, sem nenhum vestígio de humanidade (a não ser pelas minhas próprias palavras), percebo que nunca mostrei o que escrevo para ninguém, nunca nem mesmo falei que escrevia. Por isso, eu consigo escrever sobre os medos mais profundos, sobre as minhas alegrias e conquistas.

Saber que alguém te olha é um tanto quanto estranho pra mim, não me sinto confortável. Meu desejo - a princípio - era que o blog fosse lido pelo menos por pessoas desconhecidas que não saberiam quem estava escrevendo... Por enquanto, ninguém leu, ninguém comentou... E isso tanto me faz lembrar daqueles momentos solitários. Mas quem se importa? Se ninguém conhece não existe opinião, não existe conselho, não existe crítica, não existe elogio. E talvez essa seja a parte boa, talvez essa seja a parte aonde eu existo.

Mas vambora, um dia, quem sabe... o barulho seja feito.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Sem título, bem infundado

Hoje senti uma grande necessidade de mudança. Mudar para crescer, crescer como pessoa e consequentemente amadurecer. Parar de assistir e reclamar, para finalmente fazer a mudança acontecer.

Ando ouvindo muita música brasileira, ando escrevendo sem parar e, principalmente ando prestando atenção nas coisas simples da vida. Por isso a tal mudança. Esse novo eu, não reconhece mais o antigo, e é no mínimo angustiante viver assim.

Não vou negar que muitas outras mudanças já aconteceram na minha vida. E se for reparar, todas elas envolveram um novo circuito social e uma nova maneira de pensar e agir.

O que difere essa mudança das outras, é o amadurecimento. Essa mudança é como uma fruta que esperou a vida toda para amadurecer e enfim, completar o seu ciclo. Não quero me distanciar de ninguém, não quero mais ficar indo e vindo. Quero mostrar quem realmente sou, o que realmente penso e a maneira que eu tenho de enxergar o Mundo.

Pode soar meio fantasioso para quem está de fora. Mas para mim, é extremamente necessário mudar. Mudo e mudo dia após dia. Sinto a necessidade de um recolhimento, de um momento meu. E chegou a hora.
Me despedi de algumas redes sociais, e me deparei comigo mesmo. Aliás, as redes sociais também poderiam ser consideradas culpadas, pois elas nos distanciam. Estamos sempre querendo moldar a nossa imagem, e uma prova disso é que hoje em dia, não tiramos mais fotos para guardar um momento, e sim, para mostrar a nossa imagem superficial.

Bem, acontece que deletando as redes sociais, deletando as fotos, deletando tudo, eu tenho mais tempo comigo mesmo e com as coisas pequenas que me cercam. E é isso que importa. Amadurecer.

AdeuzzZ

Toda a tristeza foi embora.
E com ela a vida.

Todo o sono se foi.
E com ele todos os sonhos.

Todos os problemas deram adeus.
E com eles, toda a existência.

Agora sou eu, e o mundo.
Que coisa mais sem graça de ser.

Cafuné

Egoísmo no dicionário é descrito como sendo o hábito ou a atitude de uma pessoa colocar seus interesses, opiniões, desejos, necessidades em primeiro lugar, em detrimento (ou não) do ambiente e das demais pessoas com que se relaciona. Assim mesmo. Sem tirar e sem pôr uma palavra sequer.
Seria então egoísmo a separação? Quando pais se separam, eles estão colocando a vontade na frente de seus filhos principalmente. Porém, se eles não se separassem pensando nos filhos, estes também estariam sendo egoístas.
Então na vida, todos nós somos assumidamente egoístas e não há nada de errado nisso. O egoísmo em questão, não está na separação e nem ao menos na vida de tantas pessoas que certamente mudarão de rumo.
 O egoísmo está em como as pessoas lidarão com o fato. Eu, por exemplo, sou filho de pais separados, possuo uma irmã mais velha, e foi ela que sempre recebeu a atenção. Fui colocado como coadjuvante ou quem sabe como um mero integrante de uma grandiosa figuração.
Meu egoísmo é não saber lidar com a situação até hoje. E quem vai me julgar? O egoísmo é meu, de mais ninguém. E sendo assim, eu posso manifestar tal sentimento da maneira que bem entender. Quem sabe um dia eu não aprenda a lidar com as pessoas? Com os sentimentos delas... E com tantas vidas que mudam de rumo a todo o momento.
Me encontro diante da tristeza, querendo a atenção familiar cada vez mais. O meu medo é cair no esquecimento, por culpa dessa maldita separação, consumada anos atrás. E se as pessoas esquecerem que faço parte da família? E se elas não me aceitarem? E se eu não aceitá-las? Realmente não me importo tanto assim, na verdade, acho que até estou fazendo isso apenas para chamar atenção, e quem sabe eu consiga ganhar um cafuné...

Um cafuné escutando the cinematic orchestra, seria a melhor coisa no momento.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A sujeira está toda por cima dos panos, é só ler nas entrelinhas.

Quem nunca varreu o quarto em um momento entediante e diante da preguiça ou do desleixo de ter que pegar um saco de lixo, jogou toda a sujeirada para baixo dos panos?
Aquele seu tapete, certamente esconde um mostro terrivelmente perigoso para os alérgicos, já que embaixo dele, toda a poeira do seu quarto, e até da sua casa inteira, está escondida.
Mas e quando a sujeira é aparente? E quando não fazemos questão de ostentar um quarto super limpo e organizado?
Viver na sujeira, conviver com a poeira e com todos os ácaros pode não ser considerado um "pecado". Todos nós sabemos a verdade sobre os tapetes e tudo que há abaixo deles. A questão é... Deixar de se preocupar com isso e mostrar toda a sujeira existente por cima dos panos, seria um erro?
Para mim, seria apenas transparente. Só não chamo de verdadeiro para não cair no clichê, no qual as pessoas que se intitulam "super sinceras" tanto adoram.
Não é sinceridade que está em jogo, é apenas uma opção: jogar a sujeira embaixo ou em cima dos tapetes. E eu, ressalvo, fico com a segunda opção.