A solidão nunca foi problema. Desde pequeno me deitava sobre o tapete que ficava na sala da minha vó, e brincava com todos os meus brinquedos, munido de muita imaginação. Com o tempo, fui crescendo, e larguei o tapete pela sala de aula, pela minha mesa... aonde eu tanto desenhava enquanto todos os outros alunos conversavam e interagiam entre si.
Desses momentos me lembro bastante, e sempre que preciso retornar as minhas origens, é nessa parte da minha vida que penso. Sozinhos somos nós mesmos, fazemos coisas que os outros não sabem, colocamos em prática todos os nossos desejos.
E agora que me pego escrevendo nesse blog, sem nenhum leitor, sem nenhum vestígio de humanidade (a não ser pelas minhas próprias palavras), percebo que nunca mostrei o que escrevo para ninguém, nunca nem mesmo falei que escrevia. Por isso, eu consigo escrever sobre os medos mais profundos, sobre as minhas alegrias e conquistas.
Saber que alguém te olha é um tanto quanto estranho pra mim, não me sinto confortável. Meu desejo - a princípio - era que o blog fosse lido pelo menos por pessoas desconhecidas que não saberiam quem estava escrevendo... Por enquanto, ninguém leu, ninguém comentou... E isso tanto me faz lembrar daqueles momentos solitários. Mas quem se importa? Se ninguém conhece não existe opinião, não existe conselho, não existe crítica, não existe elogio. E talvez essa seja a parte boa, talvez essa seja a parte aonde eu existo.
Mas vambora, um dia, quem sabe... o barulho seja feito.
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